1.31.2008

Quebra

Existe um mar imenso desconhecido entre a interpenetração dos sentimentos com os pensamentos. Que raio de esquisitice esta do ser me pôr a pensar naquilo que não consegue pensar mas apenas sentir! Inebriante? Confuso. Nenhum rasgo de crueza de um pensamento que se dedica a uma paisagem de sentimentos se acalma. Quando te sinto sinto-te completamente. Não me perguntes como, porquê, durante quanto tempo. Sinto-te. E penso sobre inefabilidade de sentir algo tão belo e de tal abraço de sentimentos ser um fenómeno corporalmente total, como todos. Como todos? O que dizes? Não se nota que quando penso nesta amálgama que serpenteia a existência da vida em mim tenho dificuldade em apreender exactamente os sentimentos que pavoneiam com a sua singularidade? Nota-se claro. Penso na palavra, sinto-me e penso: "xiça! que raio! Como é que posso passar para o pensamento toda a tonalidade dos sentimentos que sinto?". Sei que sinto e sinto que não consigo pensá-os enquanto me dedico a arranjar uma maneira de os organizar. No final tenho um breve trecho; um bloco de notas que assinala que hoje houve um terramoto que implodiu em silêncio. Ninguém fala lá fora. Mantenho-me atento às mudanças no meu panorama. Penso: "Como apreender tudo tudo tudo?" Alguém responde com a minha boca que não posso. Cala-te! Lá vou eu outra vez...Quem pensa cala um pouco do que sente mas não deixa de sentir que existe muito mais para além dos arranjos que o pensamento faz da vida. Hum...o que é isto? Consegues sentir?

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